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Um convite, uma decisão

Hoje, uma querida amiga me deu a honra de compartilhar conosco aqui no blog, um pedacinho de seu vasto e rico mundo.

Com a palavra, Ana Laura F. Rabelo ... a Sweet AL que nos leva por caminhos lindos e insuspeitos!

Vamos?

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Quando Mia me propôs que escrevesse algo para seu blog, me senti lisonjeada e feliz! Logo me coloquei numa ciranda de pensamentos me perguntando o que seria de interesse para seus leitores. Senti insegurança porque tenho a impressão que minha escrita não possa se ajustar ao formato de um blog, uma vez que a vejo em grande parte das vezes, mais densa, pesada e quem sabe sem uma certa agilidade que parece ser mais comum nos blogs.

Por um tempo quis escrever algo lindo, que causasse um impacto grande na alma de quem lesse, despertasse suspiros, arrombasse portas trancadas e arrancasse do fundo do cômodo escuro o que estivesse preso não importasse a razão. Queria ter uma chave destrancando as fechaduras velhas, pesadas e ir movendo os baús pesados, revirando-os com as palavras. Tentei fazer textos leves e felizes, mas não consegui. Por fim dei-me por vencida e deixei simplesmente que as coisas acontecessem.

A vontade é um meio incompleto.

Quando a ambição é alta demais sempre nos decepcionamos, isso é sabido. Decidi então apenas tocar as teclas do computador sem o peso da cobrança e deixar que as palavras tomassem forma, sem pretensão alguma. Deixei a vaidade de querer salvar os desconhecidos de suas angústias, almejando identificações metafísicas e talvez inconsistentes, impossíveis e inexistentes, para saltar degraus abaixo para dentro de mim mesma, e num ato conscientemente egoísta salvar a mim mesma de minhas alucinações egocêntricas e porque não dizer megalômanas. Deixei-me humanizar, destravar as rodas presas e soltar-me morro abaixo, temendo um acidente de colisão que, quem sabe nem aconteça. O alívio de tudo pode estar exatamente em deixar-se livre de censura descendo morro abaixo com vento na cara, assumindo o que tem-se em si próprio de mais único e finalmente afinar-se com o que não tem como ser abafado por mais tempo, por ser intrínseco, visceral.

Há coisas das quais não podemos nos livrar, por mais que as neguemos ou não gostemos, elas estão lá. Não adianta vestir a roupa lavada e branca, esconder-se, passar perfume de jasmim, sempre teremos que encarar facetas que nos envergonham. Uma bobagem essa negação! Tenho certeza que as pessoas mais saudáveis são as que encaram seus monstros, afinal não há maneira de domá-los se não for olho no olho.

Às vezes sinto-me constrangida por expor o que escrevo porque tenho a impressão de que isso desnuda. Ninguém gosta dessa nudez de alma. A cara não se mostra, nem é como desfilar de biquíni numa praia qualquer, ideia que também tem me assombrado e o digo com humor, mas é como caminhar sem a carcaça, é deixar-se mostrar e ser moldada na cabeça de quem lê conforme sua imaginação, isso é encontrar-se completamente sem controle. Um exercício de entrega que provoca vertigem.

É preciso coragem, e demorei muito para encontrá-la. Espero que ela cresça a ponto de não haver autocensura, a ponto de poder criar além de tudo o que me limita; e que haja voos. Sinto medo agora, mas também excitação. Sempre ouço que medo e excitação podem caminhar juntos. É a curiosidade pelo desconhecido.

Eu gosto de escrever, e finalmente não me importo se os que leem me leem ou me separam do que leem, se imaginam ou não quem está por trás disso ou se somente, e tal possibilidade é de um grandíssimo alento, leem e seguem seus rumos gostando ou não, achando bom ou desprezando, aplaudindo ou zombando, dormem e esquecem. Despreocupada do que vier a acontecer, gosto de seguir esse impulso e não ter expectativas.

Quem dera se tudo na vida fosse assim! Fazer as coisas simplesmente sem esperar grandes resultados, somente porque precisamos ou queremos e temos prazer, só isso.

As expectativas em excesso massacram os sonhos porque se nos decepcionamos, qualquer que tenha sido o esforço empenhado para alcança-los se perde diante do resultado contrário ao que almejamos. A frustração apequena os esforços que empenhamos para a construção do projeto e ofusca nossa percepção, assim deixamos de aprender com os erros e acertos. É perda de tempo ficar se remoendo porque o sucesso não veio ou não teve a dimensão almejada. Angustia-me a sensação da perda de tempo porque o tempo não volta. É melhor conformar-se, aprender e ir adiante. Portanto decidi simplesmente não me importar mais, não temer mais e deixar que se elimine toda censura, que se apodere de mim essa coisa que nem sei definir, e que vá para onde tiver de ir, sendo conduzida, sem que eu interfira, sem ter que conhecer o fim, ou mesmo que nem tenha um. Sem projeto definido, sem proporção, sem hora para acabar, sem cobranças, sem expectativas. Apenas desconfiada de que a liberdade esteja em muitas coisas e que essa seja apenas uma delas. Não sei, só vivendo para saber.

P.S.: Obrigada querida Mia por me permitir degustar dessa oportunidade!


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Delícias da Vida: minha família - marido e filhas, minha casa que é o melhor lugar e ...  viagens!

As Filhas, sempre por perto, nem que de vez em quando, virtualmente.

Em casa, a Mesa posta com carinho, boa Comida, um Vinho ou Borbulhas geladas e Gente Querida!!!

Nos planos, sempre um Novo Destino e em Boa Companhia!

É disso que falo aqui: Estilo com Inspiração, Criatividade, Talento, Ideias, Inovação, Paixões, Originalidade .... Experiências!

Já passei dos 50, sou de Capricórnio com ascendente em Aquário e, assim, estou cada vez mais Leve e querendo Compartilhar as Boas Coisas da Vida!

 

 
Escrito por Mia Athayde  
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