Palácio Quitandinha

Escada caracol da área dos apartamentos

No verão de 1944, com chuva e neblina (que aqui em Petrópolis chamamos de russo), era inaugurado o Palácio Quitandinha.

E lá se vão mais de 70 anos de história !!!!!

Ali imperavam o glamour, luxo, modernismo e diversas personalidades reunidas na expectativa de conhecer o resultado da monumental obra que ocupava o antigo brejo de Petrópolis, Região Serrana do Rio, na Fazenda Quitandinha.

O Quitandinha foi construído para ser o maior hotel-cassino da América Latina.

Todo o interior do Quitandinha foi decorado pela decoradora e cenógrafa norte-americana Dorathy Draper, que se inspirou nos cenários de Hollywood para criar a atmosfera do grande hotel-cassino.

Os detalhes são todos grandiosos, causam impacto, e fazem voce realmente se sentir num grande cenário!!!!

Para Orlando Frederico Klôh, de 91 anos e que trabalhou em diversas funções nas obras do Quitandinha, o palácio viveu momentos únicos com os eventos que recebia. “Foi muita coisa boa. Quando teve o Miss Brasil com a Marta Rocha ou os carnavais de lá que também eram um espetáculo. Às vezes ficávamos três ou quatro dias sem voltar para casa. Gostei muito de trabalhar lá”, lembra nostálgico.

Em seu tempo áureo, grandes nomes circularam pelos salões e corredores do Quitandinha, como Carmem Miranda, Grande Otelo, Virgínia Lane, Greta Garbo, Jean Sablon, Dalva de Oliveira, Orquestra Tabajara, Lana Turner, entre tantos outros.

Fiquei passeando por ali e imaginando as festas, os eventos, os vestidos, os grupos de homens fumando seus cigarros _ que na época eram puro glamur_ sentados nas poltronas de couro falando de negócios ou de bons momentos.

Depois de maio de 1946, quando o então presidente Eurico Gaspar Dutra decretou a proibição do jogo no Brasil, o local passou a funcionar, somente, como hotel, gerando dificuldades para manter o luxuoso espaço.

Vamos ver um pouco desta área que hoje, é de apartamentos.

As cores dos corredores, do carpete, dos detalhes são sempre em tons de verde, branco e preto.

Formas sinuosas, lânguidas, sensuais .... um charme!!!!!!

Em 2007, a parte administrativa do prédio - incluindo os diversos salões e áreas de lazer, com exceção dos apartamentos, que pertencem a particulares – foram adquiridos pelo Sesc Rio, que passou a promover atrações culturais no local.

A ideia era valorizar o espaço histórico-cultural, que por muito tempo ficou fechado.

E este cuidado e preservação está ocorrendo.

As áreas que hoje podem ser visitadas com visitas guiadas ou não, estão preservadas e ainda impressionam e emocionam.

O Teatro ... com capacidade para 1.100 lugares, possui 3 palcos giratórios ...

As cadeiras que são originais, estão hoje estofadas com um material sintético ao invés do tecido cor de rosa e do gurgurão na mesma cor.

Lá fora, as vitrines que hoje lembram momentos emblemáticos, áureos !

A Boate ... pequena, com um clima intimista e as curvas sempre presentes nos detalhes.

Olha a entrada com o espelho bisotê lindo !

Aqui, quem fica no bar, mesmo de costas, consegue ver os shows pelo jogo de espelhos ornados de verdadeiro taquaruçú.

A Piscina !!!!

Em formato de um piano de cauda, a piscina do Quitandinha mede entre 1,60 e 5,00 metros de profundidade.

As paredes foram decoradas com inspiração na obra de Júlio Verne, 20 Mil Léguas Submarinas, de 1870.

As pinturas são do artista brasileiro Santa Rosa.

O Jardim de Inverno com piso em granito ocre e preto tem, no centro, uma gaiola enorme que nos áureos tempos, abrigada aves, plantas e uma fonte de água.

Exótico .... no mínimo!